A missão da paróquia
Primeiramente, para se entender o conceito de marketing religioso é fundamental entender o conceito de missão da paróquia. De fato, esta é o grande objetivo perseguido por estas ou quaisquer outras organizações.
De maneira objetiva e metódica, estudiosos esclarecem a importância deste pressuposto. Eles lançam as seguintes questões: “Um entendimento claro da missão de uma congregação pede que as pessoas descubram a relação entre diferentes conceitos. O que é que a Escritura e a nossa fé tradicional nos dizem sobre a nossa missão? Quais as necessidades e interesses únicos e específicos que os nossos membros têm e que programas para os satisfazer? A quais necessidades específicas da nossa sociedade e do mundo nós devemos e podemos dirigir? ”.
Obviamente, estas considerações são aplicadas à missão de qualquer organização religiosa. Para sublinhar esta ideia, unindo a importância vital da missão em organizações não lucrativas, analisemos as palavras de autores portugueses: Nunes, Reto e Carneiro afirmam sobre o terceiro setor em Portugal: “… uma missão assente na ideia de pessoas, com pessoas e para as pessoas”. Também outros autores sustentam a vitalidade deste conceito: “A missão é o negócio da organização religiosa”.
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O marketing religioso
Com efeito, a declaração de missão da paróquia é uma tarefa fundamental para as organizações religiosas. Ela define e legitima a sua própria razão de ser e permite um quadro de valores comuns para o caminho percorrido em conjunto por todos os constituintes. Segundo Drucker “Começar pela missão… concentra a organização na ação, define as estratégias específicas necessárias para atingir as metas cruciais, cria uma organização disciplinada”. Contudo, num ambiente competitivo, a missão destas organizações é a variável que as coloca em comparação.
Curiosamente, Curtis questiona se a missão da igreja é converter pessoas, trazê-las à igreja ou construir a marca “cristão”. Kotler e Levy provocam, de forma similar, os decisores nas organizações religiosas afirmando que “As igrejas… definiram de forma estreita o seu produto como a produção de serviços religiosos para os membros… recentemente, muitos homens da igreja decidiram que o seu produto básico é relacionamento/companheirismo humano”.
Portanto, estimulados por estas reflexões, perguntamo-nos se, provavelmente, a primeira tarefa a conduzir no seio das Igrejas não será a redefinição da sua missão.
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Sintetizando, a declaração de missão comporta elementos como:
• A definição dos constituintes, ou públicos-alvo (no caso das empresas, o termo referido será clientes) que serão servidos;
• As necessidades desses constituintes;
•As estratégias competitivas que permitem o desenvolvimento das ações para satisfazer os constituintes, especificando, por conseqüência, as ofertas, serviços e operações distintivos dessas organizações;
• Os valores e crenças comuns.
Madalena Abreu é consultora de marketing. Mestre em Gestão de Empresas. Autora do livro “Marketing Religioso”, Editora Quarteto (sem publicação no Brasil).