A articulação da comunidade
Nada mais favorável ao incremento da verdadeira experiência eclesial no âmbito de uma paróquia do que a articulação da comunidade, das forças presentes nos diversos serviços atuantes na instituição.
É verdade que isso requer método e perseverança, no entanto estamos falando de algo indispensável. A vida humana alimenta-se de relações, ou seja: viver é com + viver. Paulo Apóstolo descreve a articulação das forças vivas da Igreja, servindo-se da imagem da interdependência vigente nos membros de nosso corpo (cf 1Cor 13). Sendo assim, a comunidade Igreja é o corpo místico de Jesus Cristo.
Dos passos percorridos em minha experiência de pároco alguns se manifestaram fundamentais ao meu esforço pela articulação de pastorais e movimentos paroquiais. O que segue, descrito em forma de tópicos, reveste-se de um significado de depoimento ou testemunho.
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Formação da Comunidade
A importância de um processo formativo com a capacidade de levar a comunidade paroquial a uma consciência de ser Igreja resulta da necessidade imperiosa de que os paroquianos superem uma visão individualista da sua experiência de fé, para integrar na dinâmica da vida espiritual o compromisso com a causa do Reino de Cristo. O conteúdo desse processo formativo deve organizar-se em torno da dupla relação da dinâmica paroquial:
- Relação ad intra, ou dos membros entre si
- Relação ad extra, ou missionária.
Para que, no entanto, a nossa formação adquira consistência e resulte naquilo que se poderia denominar um sentimento de eclesialidade, conveniente é dar-nos, simultaneamente, a uma prática pastoral de ênfase na articulação da comunidade. Vejamos de que maneira, no item seguinte.
Criação de conselhos pastorais (CP) e concelhos para assuntos econômicos (COPAE)
Minha experiência convenceu-me da criação dos dois colegiados. Por sinal, previstos no Código de Direito Canônico – como exercício permanente dessa convergência de objetivos e ações do corpo paroquial. Os elementos teóricos assimilados nas sessões de formação, unidos a descobertas feitas na prática dos citados conselhos, tornarão bem mais fácil superar entraves de bairrismo e pequenas intrigas. Infelizmente elas são freqüentes no interior dos grupos paroquiais ou das paróquias entre si. Entretanto, quando funcionam corretamente, CP e COPAE tornam-se matrizes geradoras de verdadeiras riquezas partilhadas. As reuniões e discussões renovam progressivamente a paróquia. Vale a pena gastar tempo nesse labor, investir no sonho de um ambiente paroquial assim fraterno. Portanto, tais paróquias tornam-se, pouco a pouco, referências luminosas em bairros e cidades da diocese.
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Determinadas Ideias-Força
Alimentam a consciência de uma paróquia e fecundam generosamente sua presença no mundo. Tais ideias hão de figurar no conteúdo permanente da formação das comunidades, de sorte que, com o vigor das místicas, lhes venham a assegurar razão de existir e de lutar. Duas idéias são indispensáveis nesse patrimônio da paróquia: a do Corpo Místico de Cristo (1Cor 12,12-27) e a do compromisso de todos com a sorte do mundo, com a missão do Cristo ( Jo 20,21; (At 1,8). Vale a pena assumi-las.
Texto escrito por Djalma Rodrigues de Andrade e adaptado por Redação Promocat.